Com poucas unidades de saúde e enchentes de ruas, telemedicina oferece atendimento psicológico para pessoas afetadas, idosos e crianças, com danos físicos, necessitando de recuperação e tratamento emocional em situações calamitosas. Médicos e especialistas fornecem suporte psicológico via telemedicina, incluindo terapias em grupos ou individuais, consultas, sinais e sintomas. Plataformas de profissionais de saúde como VisionnIT e eProHealth, da Universidade de Passo Fundo, oferecem serviços solidários de saúde mental por meio do aplicativo.
Desastres naturais como as enchentes que atingem o estado do Rio Grande do Sul podem ter um impacto devastador na população, afetando não apenas as estruturas físicas, mas também a saúde mental dos sobreviventes. Em situações de emergência, é essencial priorizar o cuidado e o suporte emocional para aqueles que enfrentam traumas e perdas inimagináveis.
É fundamental reconhecer que a recuperação após um desastre vai além da reconstrução de casas e infraestruturas, envolvendo também a atenção às necessidades mentais e emocionais dos afetados. Investir recursos e esforços no suporte psicológico e na resiliência mental das comunidades impactadas é crucial para garantir um processo de recuperação mais completo e saudável a longo prazo.
Após a Recuperação Física, Cuidados com a Saúde Mental são Cruciais
Durante os desafios e esforços para salvar vidas e amenizar os danos físicos, as pessoas não param para pensar, mas é fato que, mesmo após a recuperação física, tragédias como esta deixam traumas que podem afetar a saúde mental de forma persistente e até definitiva – e que já virou uma preocupação na comunidade médica. Por isso, especialistas recomendam reconhecer e endereçar essas pessoas a serviços que ofereçam um suporte psicológico e emocional como a telemedicina, que em situações como essa, se mostra uma excelente ferramenta de apoio para fornecer cuidados médicos e intervenções psicológicas e, assim, ajudar as pessoas a lidar com estas situações.
Suporte Emocional para Todas as Idades
‘Esse é o momento que a gente precisa dar o suporte emocional para que as pessoas realmente não se deprimam’, alerta Fernanda Buonfiglio, membro da Sociedade Brasileira de Telemedicina e Telessaúde. Segundo a médica, é importante dar uma atenção especial a essas pessoas, principalmente a crianças e idosos. ‘Quem está ali, ajudando, resgatando, não sofre tanto quanto os que estão vendo tudo se perder. Sofrem, mas a ficha cai depois.’
Nos cenários de calamidades, crianças e idosos têm um papel de observação a partir do momento em que foram resgatados, por isso, tendem a deprimir com maior facilidade. Para essas faixas etárias, Buonfiglio recomenda que não sejam deixados sozinhos. ‘Pensando em saúde mental e em uma forma de amenizar os traumas, é bom que as crianças possam se reunir e brincar para tentar assimilar as coisas de forma mais lúdica. Já os idosos, que têm mais consciência e entendimento da situação, precisam ser ouvidos’, explica.
Terapias em Grupo e Consultas Individuais
Terapias em grupos, onde possam dividir suas angústias, inclusive por meio da telemedicina, podem ajudar. ‘Ao dividir suas histórias tristes e de superação, cada um deles vai se alimentando de uma forma positiva. Isso é muito importante.’ No entanto, cada caso é único, e as pessoas afetadas de forma particular no Rio Grande do Sul podem se beneficiar de consultas individuais.
‘Cada paciente vai trazer algo em relação aos seus sinais e sintomas; e logicamente, o tratamento vai ser individualizado, se precisar entrar com algum medicamento ou algum tipo de terapia específico’, explica a médica. Por isso, já está sendo oferecido um serviço solidário de teleatendimento gratuito no Rio Grande do Sul, com oito especialidades médicas: a healthtech VisionnIT, plataforma que conecta profissionais de saúde cadastrados à população que vive nas regiões atingidas por meio do aplicativo eProHealth, desenvolvido pela Universidade de Passo Fundo.
‘O aplicativo não tem custo para a população. Estamos disponibilizando nossa plataforma de maneira gratuita para os atingidos pelas chuvas que não têm como se deslocar até um posto de saúde’, diz Jeangrei Emanoelli Veiga, professor da UPF e idealizador da tecnologia, que reúne mais de 700 profissionais de saúde nas áreas de Clínica Médica.
Fonte: @ Veja Abril
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